quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mulatu & The Heliocentrics em Lisboa


Mulatu & The Heliocentrics ao vivo em Lisboa! É já no próximo dia 26, no âmbito de uma iniciativa mais vasta de que vos dá conta o cartaz mais abaixo. A entrada é livre, mas ao que parece a lotação é limitada. E este é um acontecimento imperdível.
Mulatu e os Heliocentrics editaram um álbum na Strut há não muito tempo e o África Eléctrica deu conta de tal edição (que podem conferir aqui), mas este espectáculo é imperdível por outras e mais significativas razões: o senhor Mulatu Astatke é uma lenda viva, um gigante que criou o "ethio-jazz" e que nas décadas de 60 e 70 lançou registos visionários que, felizmente, não se perderam no tempo. Discos como «Mulatu of Ethiopia» ou «Ethio Jazz» ou até o 10 polegadas que a Soundway editou em 2005 são convenientes provas reimpressas em vinil da visão singular deste homem que tive o prazer de conhecer em Toronto há uns anos e de voltar a reencontrar já este ano em Lisboa, em ambas as ocasiões no âmbito de iniciativas da Red Bull Music Academy. Os Heliocentrics, que acompanham Mulatu no álbum registado para a Strut e agora nos palcos, são uma das mais interessantes e intrigantes propostas musicais dos últimos anos. A discografia é imaculada: depósito sólido de ideias para o futuro do funk, agitado por músicos de excepção. A propósito do álbum «Out There», escrevi estas linhas na Op:

Heliocentrics
“Out there”
Stones Throw / Flur, 2007


“Out there” pode ser encarado como prova da idade adulta da nova cena funk. Malcom Catto - baterista que registou um estranho “Popcorn bubble fish” para a Mo’Wax, que se afirmou como dealer de peças raras de funk e fez dos Soul Destroyers um dos mais avançados colectivos do funk contemporâneo – lidera o ensemble que conta igualmente com uma ligação aos fantásticos Poets of Rhythm. Depois de se fazerem ouvir em “This time”, ponto alto do último álbum de DJ Shadow, os Heliocentrics criaram para a incansável Stones Throw um tratado de alargamento dos horizontes do funk, partindo do groove primal para chegarem a um lugar novo, onde as sensibilidades jazz são mais valia para investir em pura e libertária invenção rítmica.


Por tudo isto e por demais razões que se encontram no cartaz reproduzido abaixo, o dia 26 de Setembro só pode ser passado num sítio. Vemo-nos lá.

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