Esta andava a gravitar nos posts do VG+ há já algum tempo. Como as minhas férias se aproximam a passos largos e há que preparar uns cds para me acompanharem nas viagens que tenciono fazer, lembrei-me de vos estender esta sugestão. A selecção de temas é rigorosa e esse argumento deve chegar para vos convencer. A mix é da responsabilidade de Carl Forecast, um dos utilizadores do fórum VG+.
Alinhamento
1. CHARLIE - SPACER WOMAN
2. ALEXANDER ROBOTNIK - PROBLEMES D’AMOUR
3. FUNKY FAMILY - FUNKY IS ON
4. N.O.I.A. - STRANGER IN A STRANGE LAND
5. B.W.H - LIVIN UP
6. PINEAPPLES - COME ON CLOSER(DUB)
7. ASSO - DONT STOP
8. PATRICK COWLEY - SEA HUNT
9. TODD TERJE - EURODANS
10. BARBARA NORRIS - IT’S HEAVY!
11. FAXE - TIME FOR CHANGES
12. MY MINE - HYPNOTIC TANGO
13. MR FLAGIO - TAKE A CHANCE
14. KLAPTO - MISTER GAME
15. MAURICE MCGEE - DO I DO
16. CASCO - CYBERNETIC LOVE
17. GLASS CANDY - LIFE AFTER SUNDOWN
18. R.E.M. - COMPUTER COMMUNICATION
19. SALLY SHAPIRO - MIRACLE
Italo Mix
Excerto de um texto de Daniel Wang no Discopia:
Italo Disco has become a kind of myth nowadays -- a mutant electronic strain of disco music which seemed to spring up at the beginning of the 1980's, 2 or 3 years after disco in North America had reached its commercial peak. Almost of all us in the English-speaking world only know the names of certain producers from the record jackets: Stefano Pulga, Stefano Secchi, Mario Boncaldo, Oderso Rubini, Mario Flores, A. Zanni, L. Giombini, Claudio Simonetti, M. Violante, Celso Valli, Maurizio Dami.... these were the producers of records titled Koto, Jago, Kasso, Gazebo, Gary Low, Gaz Nevada, Tantra, and of course, Alexander Robotnick.
In recent years, this sound has been referenced by diverse labels like Clone and Environ, reborn as Electroclash, and also became (at nights like the Cock, in London) a lively and more fashion-conscious alternative to mainstream gay club music. We all fantasize about the dark-eyed boys and girls with spiky haircuts and pink and grey Fiorucci t-shirts getting down to tinny synths; we all instantly recognize the crisp, mechanical 80's drum machine patterns, the overt, arpeggiated synths, and the strange, nonsensical lyrics delivered in an Italian accent.
Texto velhinho, publicado originalmente na Dance Club em Janeiro de 2005.
ITALO IS BACK
Com a explosão da sonoridade electro, nada mais normal do que assistir-se a um regresso ao passado em busca das raízes de um som que agora parece dominar o planeta. “Unclassics”, a compilação organizada por Morgan Geist dos Metro Area, o regresso ao activo de Alexander Robotnick (que editou em 2004 “Oh No… Robotnick” e o EP “Les Grandes Problemes d’Amour”) e a presença nos sets de alguns dos DJ’s mais informados de obscuras, mas preciosas, rodelas de vinil da primeira metade da década de 80 confirmam que a sonoridade Italo Disco está de volta. E em força.
Como é óbvio, o género Italo Disco deve a sua designação a uma concentração geográfica de um determinado tipo de som, primeiramente assumido em “The Best of Italo Disco”, uma compilação editada na Alemanha em 1984 pela ZYX. As raízes desse som, no entanto, são anteriores e remontam ao final dos anos 70 quando uma série de músicos italianos, das mais diversas proveniências, mostraram um entendimento prático do negócio da música começando a produzir o tipo de som que as pessoas queriam ouvir, nomeadamente o disco importado dos Estados Unidos. Destes músicos, gente como Claudio Simonetti, por exemplo, tinha a sua origem em áreas bastante distantes da música de dança. Em Outubro último, numa palestra incluída na edição deste ano da Red Bull Music Academy, em Roma, Simonetti explicava que com o fim dos Goblin, a sua banda que tantas bandas sonoras assinou para filmes de terror de Dário Argento, foi obrigado a procurar uma nova área de acção. O disco surgiu assim naturalmente, primeiro como um tipo de som que poderia explorar sozinho, graças à tecnologia disponível na época, depois como uma área que garantia um certo conforto financeiro.
A sonoridade típica do Italo Disco clássico – carregada de sintetizadores – fica a dever-se não a uma consciente procura de um som mais electrónico, mas muito simplesmente à necessidade: não havendo acesso a orquestras com secções de cordas e metais, o produtor de Italo Disco foi forçado a procurar na tecnologia disponível (moogs, arps, oberheims, linndrums, tb 303, etc) as ferramentas necessárias para realizar a sua visão dançante.
Obviamente, essa marca distintiva haveria de tocar bem fundo nas consciências dos produtores da actualidade - como é o caso já mencionado de Morgan Geist - que reconheceram no pulsar analógico dos ritmos incluídos neste género uma marca de pré-modernidade que agora – finalmente – o mundo pode entender. A edição de “Unclassics” sucede a “Mixed Up in The Hague”, de i-F, o nome por trás da excelente rádio online Cybernetic Broadcasting (http://www.cybernetic-broadcasting.net/). Ambas as compilações buscam no passado as marcas de um som que se vai alastrando no presente. Geist, em entrevista à Stylus (http://www.stylusmagazine.com/feature.php?ID=1360), assume o potencial “tongue in cheek” de algumas das suas escolhas, explicando que o facto de haver algo de errado com a maior parte das faixas que escolheu é que as faz funcionar. Esse elemento errado da maior parte do Italo Disco (ou Euro Boogie) fica precisamente a dever-se ao facto de serem discos nascidos originalmente de uma tentativa de mimetização, ultrapassada depois quando se percebeu que as limitações desse som eram igualmente a sua mais valia. Tal como aconteceu com o punk funk, é de esperar que 2005 traga uma série de novas compilações para ilustrar o passado deste género. Enquanto isso não acontece, deixamos aqui ao lado um Top possível com algumas destas faixas clássicas onde, certamente, irão reconhecer alguns nomes.
TOP 10 ITALO DISCO
Ryan Paris – Dolce Vita
Pink Project – Disco Project
Scotch – Delírio Mind
Spagna – Easy Lady
Vivian Vee – Higher
Miko Mission – The World Is You
Martinelli – Orient Express
Comanchero – I don’t want to let you down
Macho – I’m a Man
Tony Esposito – Kalimba de Luna
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