quarta-feira, 4 de março de 2009

Moodymann: freaky motherfunker

Freaky! Palavra certa para quem nunca se deu bem com convenções de espécie alguma. Kenny Dixon Jr, aka Moodymann, lançou em Dezembro último mais uma amostra do seu génio: Det.riot 67 é um LP que explora o universo singular de Moodymann, cruzando uma visão pessoalíssima do house com uma gestão rítmica que é só sua, quase sempre do lado errado do contador de bpms, adoptando um passo que neste momento não é igualado por nenhum outro produtor. Det.riot 67 é também um objecto político, com a cadência marcial do tema título a suportar uma narrativa de época (a voz é, claramente, de um homem branco) que oferece uma perspectiva dos riots de Detroit de 1967 que obviamente não é a de Moodymann. Todo o pulsar do álbum é político: mesmo o carácter sexual de «Freeki Mutha Fucker» é político (a erupção de 67 coincide com o auge do orgulho negro, ameaça para a moral branca dominante). E é com classe que KDJ enquadra todas essas ideias: space disco, house mutante, guitarras incendiadas pelo espírito de Prince, funk suado e, uma vez mais, profundamente sexual.
Entretanto, já há novidade no hiper-activo campo de Moodymann: Another Black Sunday. A saga prossegue e aterra na Flur dentro de pouco tempo.

1 comentário:

  1. Saiu em Dezembro... mesmo a tempo de ser um dos melhores discos de 2009!! ou 67, em 2099! :)
    "Todo o pulsar do álbum é político (...), profundamente sexual."

    It must be, Moodymann, doing fine! ;)

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