Freaky! Palavra certa para quem nunca se deu bem com convenções de espécie alguma. Kenny Dixon Jr, aka Moodymann, lançou em Dezembro último mais uma amostra do seu génio: Det.riot 67 é um LP que explora o universo singular de Moodymann, cruzando uma visão pessoalíssima do house com uma gestão rítmica que é só sua, quase sempre do lado errado do contador de bpms, adoptando um passo que neste momento não é igualado por nenhum outro produtor. Det.riot 67 é também um objecto político, com a cadência marcial do tema título a suportar uma narrativa de época (a voz é, claramente, de um homem branco) que oferece uma perspectiva dos riots de Detroit de 1967 que obviamente não é a de Moodymann. Todo o pulsar do álbum é político: mesmo o carácter sexual de «Freeki Mutha Fucker» é político (a erupção de 67 coincide com o auge do orgulho negro, ameaça para a moral branca dominante). E é com classe que KDJ enquadra todas essas ideias: space disco, house mutante, guitarras incendiadas pelo espírito de Prince, funk suado e, uma vez mais, profundamente sexual.
Entretanto, já há novidade no hiper-activo campo de Moodymann: Another Black Sunday. A saga prossegue e aterra na Flur dentro de pouco tempo.
quarta-feira, 4 de março de 2009
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Saiu em Dezembro... mesmo a tempo de ser um dos melhores discos de 2009!! ou 67, em 2099! :)
ResponderEliminar"Todo o pulsar do álbum é político (...), profundamente sexual."
It must be, Moodymann, doing fine! ;)